A cantora Tetê Espíndola acaba de lançar o disco "Evaporar" ou, como
prefere a inscrição da capa "E Vá Por Ar". Gravado em 2004, na sua
cidade natal, Campo Grande, o disco só foi finalizado agora. Conta com
onze canções inéditas e uma regravação para "Sertão", dela e Arrigo
Barnabé, lançada originalmente no disco "Pássaros na Garganta", de
1982.
Tetê é uma cantora chave para se entender o tempo e suas
transformações. Surgiu para o público brasileiro, a partir do pantanal
mato-grossense, no início da década de 80. Fez parte, ao lado de
Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, Grupo Rumo entre outros da chamada
vanguarda paulistana.
De todos ali, foi a que chegou mais longe, vencendo inclusive um dos
Festivais dos Festivais, da Rede Globo, de 1985, com a canção "Escrito
nas Estrelas". Deste momento em diante, a cantora se dedicou a
projetos cada vez mais experimentais e inusitados, o que fez com que
nunca mais conseguisse a mesma popularidade de então.
Passou a gravar com certa irregularidade, em selos menores, o que fez
com que até os mais interessados tivessem dificuldades para descobrir
as suas novidades. "E Vá Por Ar" é também um caso desses, lançado e
distribuído em parceria pelos bravos selos Luz Azul e Tratore,
respectivamente.
A sensação, no entanto, de se ouvir Tetê novamente é o que nos remete
ao tempo. O disco traz mais ou menos o mesmo som que ela sempre fez, o
que é excelente. O fato de ouvir a mesma cantora de vinte anos atrás
continua, por mais incrível que pareça, nos levando a, pelo menos,
vinte anos à frente.
A sua voz, incomum e aguda, carrega com entusiasmo e originalidade o
centro-oeste brasileiro, seus ventos, pássaros e sons misteriosos.
Suas novas canções são lindas, ao mesmo tempo brejeiras e construídas
com sofisticação, elegantes e despojadas. Seu canto e craviola nunca
caminharam tão juntos, em contrapontos e armações melódicas
eficientes, bonitas e vigorosas.
Está mais afeita à sua terra do que nunca. Além de gravado ao vivo em
Campo Grande, o disco também é tocado por músicos conterrâneos. São
eles Antônio Porto, no baixo acústico; Adriano Magoo, nos teclados e
sanfona; Wlajones Carvalho, na percussão; Sandro Moreno, na bateria e
a própria Tetê, na craviola.
Vale destacar em "Evaporar" o improviso "Pássaros" que a cantora faz
com a platéia. É um hábito seu que nunca havia gravado. Num truque
simples de palco, onde orquestra e multiplica a sua voz com as do
público, a cantora produz texturas e sons que, de certa forma,
traduzem toda a sua carreira.
Por menos que grave, a cada disco novo Tetê surpreende sem se mover
muito do seu universo claro e amplo. Uma grande artista do Brasil,
absolutamente em paz com sua consciência e seus sons.
prefere a inscrição da capa "E Vá Por Ar". Gravado em 2004, na sua
cidade natal, Campo Grande, o disco só foi finalizado agora. Conta com
onze canções inéditas e uma regravação para "Sertão", dela e Arrigo
Barnabé, lançada originalmente no disco "Pássaros na Garganta", de
1982.
Tetê é uma cantora chave para se entender o tempo e suas
transformações. Surgiu para o público brasileiro, a partir do pantanal
mato-grossense, no início da década de 80. Fez parte, ao lado de
Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, Grupo Rumo entre outros da chamada
vanguarda paulistana.
De todos ali, foi a que chegou mais longe, vencendo inclusive um dos
Festivais dos Festivais, da Rede Globo, de 1985, com a canção "Escrito
nas Estrelas". Deste momento em diante, a cantora se dedicou a
projetos cada vez mais experimentais e inusitados, o que fez com que
nunca mais conseguisse a mesma popularidade de então.
Passou a gravar com certa irregularidade, em selos menores, o que fez
com que até os mais interessados tivessem dificuldades para descobrir
as suas novidades. "E Vá Por Ar" é também um caso desses, lançado e
distribuído em parceria pelos bravos selos Luz Azul e Tratore,
respectivamente.
A sensação, no entanto, de se ouvir Tetê novamente é o que nos remete
ao tempo. O disco traz mais ou menos o mesmo som que ela sempre fez, o
que é excelente. O fato de ouvir a mesma cantora de vinte anos atrás
continua, por mais incrível que pareça, nos levando a, pelo menos,
vinte anos à frente.
A sua voz, incomum e aguda, carrega com entusiasmo e originalidade o
centro-oeste brasileiro, seus ventos, pássaros e sons misteriosos.
Suas novas canções são lindas, ao mesmo tempo brejeiras e construídas
com sofisticação, elegantes e despojadas. Seu canto e craviola nunca
caminharam tão juntos, em contrapontos e armações melódicas
eficientes, bonitas e vigorosas.
Está mais afeita à sua terra do que nunca. Além de gravado ao vivo em
Campo Grande, o disco também é tocado por músicos conterrâneos. São
eles Antônio Porto, no baixo acústico; Adriano Magoo, nos teclados e
sanfona; Wlajones Carvalho, na percussão; Sandro Moreno, na bateria e
a própria Tetê, na craviola.
Vale destacar em "Evaporar" o improviso "Pássaros" que a cantora faz
com a platéia. É um hábito seu que nunca havia gravado. Num truque
simples de palco, onde orquestra e multiplica a sua voz com as do
público, a cantora produz texturas e sons que, de certa forma,
traduzem toda a sua carreira.
Por menos que grave, a cada disco novo Tetê surpreende sem se mover
muito do seu universo claro e amplo. Uma grande artista do Brasil,
absolutamente em paz com sua consciência e seus sons.
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